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Keno quase desistiu do futebol e revela destino de bola do título do Fluminense: "Tá em casa"

Foto do escritor: REC SportsREC Sports

Por Davi Barros, Edson Viana e Guilherme Oliveira — Rio de Janeiro

20/11/2023 04h00 Atualizado há um ano


Atacante chegou a mandar currículo para ser cobrador antes da última chance no futebol; pegar a bola do jogo da final é costume na vida do jogador

Talvez você já tenha visto aquele vídeo de Keno correndo com a bola quando Wilmar Roldán apitou o fim de Boca Juniors 1 x 2 Fluminense. O veloz atacante teve de se desvencilhar da marcação de um funcionário da Conmebol, que não queria deixar o atacante levar a bola do título para casa, hábito que ele tem em todas as partidas decisivas que participa. Porém, essa foi a primeira vez que precisou fugir do gandula, já que nas outras vezes que pedia, lhe davam sem problemas.


- Eu tentei pegar de uma mulher da Conmebol e ela segurou a bola. Quando eu bati ela segurou. Toda final eu pego a bola para deixar em casa, num quadro. Eu bati, ela segurou e falou alguma coisa comigo. Vi um cara com a bola na mão e falei "é esse aí mesmo". Eu bati, quando ela caiu eu peguei e corri. Achei que ele iria parar, mas quando olho ele está correndo também. Aí pensei "vamos ver se ele vai correr mesmo" (risos) e disparei. Não pegou mais. A bola está em casa. No final ele passou por mim, falou alguma coisa e tá bom. É isso aí.


A confusão não ficou só por ter que correr do gandula com a bola, mas gerou até mesmo dúvida em quem é próximo do atacante. Para tentar evitar de perder o que tanto lutou para ter, Keno precisou colocar a bola na barriga e choveu mensagem de gente achando que ele seria pai pela terceira vez.


- A da final eu pedi ao gandula e ele falou que não podia. Aí pensei "quando eu passar aqui você vai ver se não pode" (risos). O cara passou, eu peguei e saí correndo. Botei a bola embaixo da camisa para ninguém pegar e um monte de gente perguntou se minha esposa estava grávida (risos).

Com participação fundamental nos dois gols do Fluminense na final da Conmebol Libertadores, Keno chegou ao melhor ano em assistências na carreira. Para um atacante que estreou como profissional na segunda divisão baiana aos 23 anos em 2012, conquistar o principal torneio da América do Sul parecia só um sonho de uma noite nos finais de semana em que atuava na várzea de Salvador.


Marcos da Silva França não teve a formação de base que a maioria dos jogadores profissionais tem. Ele não considera isso como demérito e tem muito orgulho de ter recebido por volta de R$ 70 por fim de semana para jogar bola. Não fosse a ida para o Botafogo-BA disputar a segunda divisão estadual.


- Eu tinha deixado um currículo numa empresa para trabalhar de cobrador. Um cara me ligou dizendo que iria me levar para um time da segunda divisão do Campeonato Baiano. Eu deixei meu currículo e se lá desse errado eu iria trabalhar para ajudar minha mãe e meu pai. Via meu pai acordando de madrugada e botei na cabeça que iria trabalhar. Ali eu falei que se desse errado eu iria para casa e seguir meu caminho. Começou ali. A gente foi campeão da segunda divisão do baiano e fui para o Águia de Marabá, na Série C do Brasileiro. Dali deslanchei.


Justamente por faltar um pouco dessa formação inicial na vida de Keno que ele sentiu certa dificuldade no início da carreira, principalmente do ponto de vista tático. Campeão da Conmebol Libertadores, o atacante também tem dois Brasileiros e uma Copa do Brasil no currículo de jogador. Mas até chegar a esse ponto, ele penou. Não conseguiu jogar no América-SE, por exemplo, e diz que deve muito a um treinador baiano que o ajudou nesse ponto.


Mas é por ter o estilo de "bater um baba", como os baianos se referem às peladas, que o camisa 11 se identifica com o jogo de Fernando Diniz. Ano passado o jogador conta que sofreu com o Fluminense, quando ainda estava no Atlético-MG e perdeu por 5 a 3 no Maracanã.


- Ele deixa o time se movimentar e fazer o que treinamos: atravessar (o campo), jogar perto, se aproximar, jogar perto do Fábio e você vê muito isso na várzea também. Os meninos buscam a bola... Para marcar é difícil mesmo. Eu joguei contra ano passado e o jogo foi 5 a 3. Era difícil marcar o time do Fluminense. Tá doido, muito difícil de marcar. Todo mundo que joga contra e é meu amigo fala que é difícil. Quando encaixa fica difícil demais.


Veja a entrevista completa com o garçom da final no link abaixo:


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